sábado, 22 de maio de 2010

PV de Parobé recebe Pré-candidatos


Atividade do PV de Parobé organizada por Celso Abreu foi prestigiada por lideranças do do Partido Verde. Montserrat Martins pré-candidato a governador teve a oportunidade de compartilhar suas idéias com a comunidade da cidade de Parobé que que prestigiou o evento. Presenças dos pré-candidatos a deputados federais Mikonga e Biuti e os estaduais Romeu Bischoff,Professor Filipe e Celso Abreu levaram a mensagem do PV e de sua pré candidata a presidente Marina Silva.

PV cresce na medida que confirma candidaturas

Marina, Montserrat e Leal

Montserrat entrevista

O médico psiquiatra judiciário, Montserrat Martins, 51 anos, foi lançado como pré-candidato do Partido Verde (PV) ao governo Estado. Montserrat é neto do taquariense Antônio Montserrat da Rocha Martins e filho de Milton dos Santos Martins, que atuou como juiz no município. Atualmente, o médico, que também é formado em Direito e quase concluiu a faculdade de Jornalismo, é colunista do jornal O Fato Novo, onde contribui com artigos sobre comportamento. Ele tem dois filhos, uma estudante de estilismo de 26 anos e um adolescente de 15 anos, estudante do ensino médio. Montserrat concedeu entrevista, onde falou de sua candidatura e o programa de governo do Partido Verde.
O Fato Novo - Porque decidiu concorrer ao governo do Estado pelo Partido Verde?
Montserrat - A partir de pré-candidatura da Marina Silva à presidência da República, houve uma grande renovação da política brasileira. Ela tem uma nova visão dos problemas crônicos do país, incorporando a questão sustentável de um planejamento mais a longo prazo, que chamamos também de visão antecipatória. A gente está acostumado com uma política de curto prazo, dedicada a projetos de governo que visam apenas aos próximos quatro anos e uma reeleição por mais quatro. O exemplo mais evidente é a geração imediata de empregos. É o caso clássico de uma política de incentivos fiscais, que geram empregos na indústria do fumo, na indústria da bebida. Vai gerar um emprego imediato, mas isso, a longo prazo vai repercutir em custo para o próprio estado, pois é o estado depois que vai pagar hospitais para as consequentes doenças geradas pelo consumo deste produtos. A Inglaterra já calculou, e os custos do estado são maiores do que eles arrecadam em impostos em certas áreas da indústria. Em compensação, nós não temos no RS uma política de incentivos fiscais para a indústria de tecnologias limpas. O exemplo mais claro é a indústria de filtros químicos. Os rios, principalmente na bacia do Guaíba, estão extremamente poluídos. Nós temos uma indústria coureiro-calçadista que é importante para a economia do Vale dos Sinos, por exemplo, mas que já constatamos a grande mortalidade de peixes no rio dos Sinos. Este tipo de equipamento custa muito caro. Então porque nós não colocamos políticas de incentivos fiscais que priorize a atração deste tipo de indústria para o Rio Grande do Sul? Se tivermos aqui no Rio Grande do Sul implantação de indústrias de filtros químicos nós vamos, em primeiro lugar, baratear o custo destes filtros para as nossas industrias. Vamos diminuir a poluição dos nossos rios e vamos estimular que o Rio Grande do Sul assuma o perfil de estado polo na produção de tecnologias limpas, que nós entendemos que pode ser uma vocação do Rio Grande do Sul, devido a grande qualidade de capacitação de mão-de-obra. O RS, em relação aos outros estados do país, tem bom nível cultural, bom nível educacional. O Rio Grande do Sul é o estado que mais tem condições de se transformar num polo de tecnologias limpas para produtos e equipamentos que interessem a sustentabilidade, não só do estado, mas como de todo o país.

Qual o programa de governo do PV?
Todo o foco do projeto de governo do PV, do projeto Brasil Sustentável da Marina Silva é a sustentabilidade, que não é uma mera questão de ambientalismo. A sustentabilidade é mais complexa, porque tem compromisso com a geração de empregos, com o desenvolvimento econômico de forma harmônica com o ambiente. Ao contrário do que as pessoas imaginam, o desenvolvimento sustentável não foi um conceito criado pelos ambientalistas, foi criado pelas Nações Unidas, pelo setor específico chamado de Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que se preocupa justamente com o desenvolvimento econômico das nações. O conselho constatou na década de 70 que os países europeus apresentavam um grande entrave no seu desenvolvimento, que era a falta de matéria prima, a deterioração ambiental que, na década de 70, já era visível as consequências climáticas. Este conselho percebeu que não poderia haver uma continuidade da geração de riquezas se não fosse em harmonia com a questão do cuidado do ambiente de onde vem as matérias primas para os produtos. É aquilo que no popular podemos chamar de matar a galinha de ovos de ouro.
Nesse momento o PV está sendo o único partido no estado e no país que está comprometido com propostas sustentáveis, são projetos diferenciados. Nacionalmente, a Marina Silva tem se destacado francamente nos debates que têm ocorrido, e despertado muito interesse. Aqui mesmo no RS, causou um impressão muito forte e positiva, todos foram cativados pelas propostas e pela história política que ela escreveu. Da mesma forma, entendemos que no Rio Grande do Sul construiu este mesmo diferencial, com esta preocupação com o modelo de desenvolvimento que prima pelos interesses do estado, não pelos interesses imediatos, mas que sejam bom para o estado daqui a quatro anos, mas daqui a dez anos, daqui a 20 anos. Como é o caso que aconteceu com a nossa matriz de transporte. O Brasil está pagando hoje por uma estratégia assumida nos anos 60 pelo governo Juscelino Kubitschek, que adotou um modelo de desenvolvimento de transporte no país centrado no modelo rodoviário e o Brasil deixou de investir em meios alternativos de transporte, como a malha ferroviária, que há 50 anos não recebe investimentos importantes. Aqui no RS, por exemplo, é absolutamente precária e abandonada. E o próprio modelo rodoviário, além de congestionado na região metropolitana, o estado não está mais dando conta e está dando concessões a iniciativa privada para construção e manutenção das vias rodoviárias. Então, se estamos numa política de concessões, porque não fizemos isso com a malha ferroviária de transporte de cargas e passageiros, assim como de metros na região metropolitana? Nós teríamos uma diversificação na nossa matriz de transporte, assim estaríamos permitindo meios com menor impacto ambiental, sendo conhecido os efeitos poluidores de transporte rodoviário. Na medida que forem feitas as concessões, quem recebê-las e cobrar vai ter que ser um preço competitivo, atendendo a necessidade do consumidor.

Já concorreu a algum cargo eletivo?
A minha participação anterior sempre foi na colaboração dos programas de governo. Em 2006 fui um dos coordenadores do programa de governo do Partido Verde aqui, no Rio Grande do Sul. Claro, não teve a visibilidade que agora tem, a partir do ingresso na Marina Silva, da representividade que ela tem na história política do país e que dá muito mais visibilidade ao um programa de governo. Talvez por isso, pela minha participação anterior e pela minha afinidade com as causas da Marina Silva, eu tenha sido lembrado pelo Partido Verde do Rio Grande do Sul para ser o candidato ao governo do estado, acompanhando a candidatura dela a presidente. Existem indicações para vice, mas o Partido Verde só vai definir isso na convenção em junho.

Gaúchos gostam de mudança na política, podemos perceber isso nas ultimas eleições ao governo estadual. Você acha que isso pode contribuir para a sua vitória?
Acho que uma das partes que o gaúcho mais gosta nos seu hino é aquele “sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra. Aqui no Rio Grande do Sul tivemos o Fórum Social Mundial, que teve repercussão em todo o planeta. Aqui no Rio Grande do Sul tivemos o primeiro ambientalista de destaque no país, o pioneiro José Lutzenberger. Ele, já nos anos 70, nos avisava que a Amazônia não é o pulmão do mundo, mar o ar condicionado. Ainda ontem a Marina falava isso, que o que acontece na Amazônia reflete no nosso clima, na agricultura gaúcha. Nós tivemos aqui outras iniciativas na área da justiça, como o juizado de pequenas causas, que começou no Rio Grande do Sul. Temos aqui o SUS, com alguns setores mais qualificados que o resto do país, como a gestão compartilhada com apoio de fundações de iniciativa privada, como o Instituto de Cardiologia, a Santa Casa de porto Alegre. O Rio Grande do Sul costuma ter excelência em pesquisa, como o centros de química e física na Ufrgs, que pesquisam desde energias alternativas até bio combustíveis. Temos o TecnoPuc que é de ponta na área de informática. O projeto é de tornar o Rio Grande do Sul um estado de ponta na produção de tecnologias limpas. Com certeza é um grande desafio e é nossa característica, de confiar no nosso próprio estado, na sua própria capacidade de se tornar um estado exemplar. Assim como na política o estado foi capaz de ser diferente. Com certeza, não é problema nenhum para o Rio Grande do Sul dar um exemplo para o resto do país apostando no programa Brasil Sustentável, no programa Rio Grande do Sul Sustentável do Partido Verde.