terça-feira, 3 de agosto de 2010

Montserrat Martins, do Partido Verde (PV), falou de suas propostas


Em entrevista aos jornalistas Dione Kuhn e Elton Werb, da editoria de política de Zero Hora, e respondendo a perguntas de internautas, o candidato ao Piratini Montserrat Martins, do Partido Verde (PV), falou de suas propostas, enfatizando o diferencial de seu plano de governo: o desenvolvimento sustentável, que não estaria presente nas propostas mais conhecidas.

Educação

O candidato deu ênfase à ideia de abolir as indicações políticas para os cargos de coordenadores regionais de educação. Sua proposta visa a criação de um conselho gestor, eleito pelas 30 Coordenadorias Regionais de Educação no Estado.

Estes coordenadores apontariam as diretrizes orçamentárias dos R$ 4,3 bilhões anuais destinados à pasta da educação no Rio Grande do Sul, que, segundo Monteserrat, não chegam até a sala de aula.

— Cargos de indicação político-partidária sobrecarregam quem está na sala de aula — explica o candidato.

Outro projeto na área de educação também foi comentado pelo candidato:

— Previmos um conselho deliberativo, onde pais e professores possam participar também deste processo.

Este conselho, disse o candidato, apontaria as demandas da comunidade escolar local. Montserrat afirmou que gostaria que todos os outros partidos "se comprometessem com a proposta do conselho gestor".

— O PV entende que a comunidade deve estabelecer suas prioridades — disse Montserratt, acrescentando que a sigla acredita na descentralização e na desburocratização de decisões e nos mecanismos de dar poder à população.

Montserrat defendeu o diálogo com o Cepers para qualificar a educação no Estado e afirmou que, em uma situação de greve, não tomaria nenhuma atitude sem ouvir os envolvidos primeiro.

— O diálogo é uma coisa maravilhosa na vida das pessoas — afirmou o candidato, que acredita que o "diálogo com empatia é a técnica correta para se colocar no lugar do outro".

Meio ambiente

Sobre a questão ambiental no Rio Grande do Sul, umas das grandes plataformas de seu plano de governo, Montserrat Martins falou da necessidade de reativar o programa Pró-Guaíba, que estaria "parado", afetando a saúde da população:

— A saúde começa pela água que nós bebemos, começa pelos rios — disse o candidato, que é médico.

Montserrat ainda relatou que técnicos do PV alertaram para o uso errado de fontes de energia, como o carvão. Conforme o candidato, as usinas termoelétricas usam tecnologias obsoletas e não aproveitam a totalidade da energia que geram:

— Se funcionasse bem, não precisaria construir uma nova. Não é interessante o Brasil, com tantas fontes renováveis de energia possíveis, investir no carvão como fonte energética. Não é inteligente — afirmou Montserrat.

O candidato também acredita no uso de incentivos fiscais para atrair empresas que utilizam tecnologias limpas. Montaserrat fez referência ao uso de filtros químicos, que seriam bastante onerosos, levando parte das indústrias gaúchas a não utilizá-los.

— Nós não vamos conseguir trabalhar depois com o acúmulo de resíduos na água, no solo e no ar, que estas indústrias causam — disse o candidato.

Saúde

Durante a entrevista, o candidato falou sobre as carências enfrentadas pelo Estado na área da saúde, cujas propostas não atenderiam às necessidades dos gaúchos.

— Não temos um bom atendimento nos postos de saúde — reclamou Montserrat.

— Quando se fala em ambiente, se pensa somente em ambiente físico. Nós pensamos também no ambiente humano — acrescentou o candidato, afirmando que, neste ambiente, envolve-se saúde e segurança.

Como médico e funcionário público, Montserrat acredita que há um grande número de aposentadorias que não ocorrem por tempo de trabalho, mas por doença, invalidez e problemas emocionais. O candidato propôs a realização de um estudo sobre a quantidade de aposentados por problemas de saúde:

— Qual o peso das doenças ocupacionais nesta aposentadoria? — questionou o candidato.

Outra questão abordada foi a dependência química. Para o candidato, o Estado não estaria fazendo a sua parte, uma vez que terceiriza o tratamento da dependência.

Montserrat sugeriu implantar no sistema de saúde a figura de um consultor e membro de grupo de autoajuda. Seriam ex-usuários, que enfrentaram o problema e seriam treinados para trabalhar junto com as equipes de saúde.

— Não custaria nada, pois são voluntários. O Estado não usa esse recurso humano. Melhoraria o atendimento sem ônus ao Estado — disse o candidato.

Déficit


Para o candidato, é obrigação do governante do Estado rediscutir a dívida pública com o Governo Federal.

— Quem quer que seja o governante do Rio Grande do Sul, ele deve enfrentar a renegociação da dívida — disse o candidato

Montserrat ainda defende o poder da opinião pública para a discussão da dívida com a união:

— A opinião pública é importante. Sem opinião pública, não teria passado sequer um projeto como o Ficha Limpa.

Segurança pública

Monteserrat acredita que os presídios gaúchos representam uma questão emergencial. Na área da segurança pública, o candidato disse que parcerias público-privadas poderiam ser interessantes, mas que deve haver a responsabilidade do Estado.