terça-feira, 7 de junho de 2011
PV de Viamão promoveu ato no dia do Meio Ambiente
Entregamos mudas frutiferas domingo passado dia 05/06 na Praça Liberdade na vila Santa Isabel em Viamão onde realizamos filiações com a presença dos membros da Executiva Municipal e filiados orientamos como fazer mudas e sua distribuição.
Presentes Luiz Carlos Ribeiro Secretário de Formação Politica, Teseureiro Alberto Avila, Luciano Reis Presidente, e Mauro Rossal Carvalho responsável pela confecção das mudas e sua distribuição e José Renato Rossal Carvalho Secretário de Organização do Município e Secretário Estadual do PV/RS.
PV DE IMBÉ COMEMORA O DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE
Para comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente, no dia 05 de junho, o Partido Verde de Imbé (PV), realizou no Lago do Braço Morto, a distribuição de cerca de 100 (cem) mudas de Ingá-Feijão, árvore nativa da região.
O Presidente Municipal, Osmar Júnior, e membros do Partido Verde de Imbé, recepcionaram os visitantes com dicas de preservação ambiental, chimarrão, balas para a criançada, além da distribuição das mudas.
O Partido Verde pretende realizar mais atividades durante todos os meses do ano, para, passar a mensagem de proteção ao meio ambiente, principalmente para as crianças e jovens, enfatiza o Presidente Municipal do PV de Imbé, Osmar Júnior.
UMA SOLUÇÃO SUSTENTÁVEL PARA O BIOMA PAMPA GAÚCHO
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) lançaram o documento Mapeamento da cobertura vegetal do Bioma Pampa, após três anos de elaboração. O trabalho faz parte do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (ProBio), iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA) que pretende mapear os remanescentes de vegetação natural de todos os biomas brasileiros. O Pampa, com 178 mil quilômetros quadrados o que corresponde a 63% do território do Rio Grande do Sul, já perdeu 59% de sua cobertura vegetal nativa. A crescente conversão para novos usos nas últimas décadas, com o avanço da fronteira agrícola, invasão de espécies exóticas e expansão das pastagens, ameaça o bioma, segundo Heindrich Hasenack, professor do Departamento de Ecologia da UFRGS, que coordena o Laboratório de Geoprocessamento. As unidades de conservação no Pampa se concentram nas áreas lagunares e de planície costeira o Banhado do Taim e o Parque Nacional da Lagoa do Peixe. Nenhuma delas inclui o campo típico das fronteiras oeste e sul do estado. No passado, o arroz, a soja e o milho contribuíram para a devastação do Bioma, e, atualmente a silvicultura é a atividade que mais converte o campo nativo. Há duas formas para conservar os 41,13% do bioma Pampa da cobertura vegetal nativa (original) que ainda resiste (23,03% correspondem a formações campestres, 5,19% a formações florestais e 12,91% a formações de transição - mosaico campo-floresta). Uma é identificar áreas bem conservadas de diferentes fisionomias no Bioma e transformar o que for possível em unidades de conservação. A segunda alternativa é definir, para estes 40% com cobertura natural, um tipo de uso que não remova esta cobertura, permitindo simultaneamente a atividade econômica e a conservação. Atualmente, as áreas menos representadas em unidades de conservação são as que apresentam melhor estado de preservação. Esses municípios mantêm uma criação tradicional, extensiva, de gado. Por isso utilizam a pastagem nativa. Isso pode indicar um modelo de sustentabilidade para o Pampa, com investimento em um melhoramento do manejo nesses campos. Porém, é preciso manter uma lotação coerente com a paisagem, utilizar a pastagem nativa e investir em genética e em biotecnologias da reprodução.
Sob o ponto de vista econômico e sustentável, existe uma enorme oportunidade representada pela produção de carne de gado bovino certificada, em campos naturais com grande diversidade, sem necessidade de suplementação alimentar, o que lhe confere um sabor especial, sem igual. Segundo Antonio Eduardo Lanna, engenheiro civil, pecuarista no município de Lavras do Sul e sócio da Apropamapa, é a melhor carne do mundo, que o mercado sofisticado dos países mais desenvolvidos deseja consumir e pagar por isto. Bem manejado, e com melhorias no campo nativo representadas pela correção de acidez, adubação e plantio de espécies hibernais, pode-se atingir produções de 1000 kg por ano de carne de qualidade extraordinária em cada hectare, de acordo com pesquisas realizadas pelo Departamento de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia da UFRGS. Com a carne valendo atualmente mais de R$ 2,20 o quilo, isto representa mais de R$ 2.200,00 de receita bruta por hectare em cada ano, bem mais do que em qualquer outra atividade nesse bioma incluindo a agricultura e a silvicultura. E, o que é também importante, é possível conciliar a pecuária de corte com a proteção ambiental do Pampa, mantendo e ampliando os serviços ambientais que presta. Já nos outros casos, isso não ocorre, muito pelo contrário. O interesse das papeleiras pelo Pampa é particularmente mais grave devido ao fato de que as áreas de recarga do aqüífero são, via de regra, áreas com solo arenoso que apresentam poucas alternativas de uso além da pecuária e silvicultura e, por isto, tem menor valor de mercado. São essas as áreas preferidas pela silvicultura, já que o pecuarista ainda não se deu conta do potencial de uso do campo nativo e, por isto, o mercado não valorizou como deveria as áreas destinadas à pecuária. A Apropampa (www.carnedopampa.com.br) visa à promoção do desenvolvimento sustentável do Pampa, na região por ela demarcada, por meio da atividade que melhor concilia o crescimento econômico com a proteção ambiental que é a bovinocultura de corte. Infelizmente, as grandes organizações da cadeia de celulose descobriram essa região excepcional, que, além de grande produtividade na cultura de eucalipto, tem a favor delas o relativamente baixo custo das terras, devido à pecuária pouco tecnificada, que é nelas praticada. No entanto, a qualidade da carne que aqui se produz é conhecida mundialmente. Falar de carne argentina ou uruguaia é atestar essa qualidade. E a carne que produzimos no Pampa gaúcho em geral, e a carne produzida na Apropampa, em especial, em nada difere da carne dos nossos vizinhos.
Para Iridiane Lopes da Silva, engenheira agrônoma e analista ambiental do IBAMA, é muito diferente integrar a produção de pecuária+agricultura+silvicultura em uma propriedade e, converter grandes áreas em monoculturas de árvores. Na primeira situação, é possível manter boa parte da biodiversidade local, enquanto no sistema de produção “monocultura” você produz uma perda drástica desta biodiversidade local. Isto é ainda mais acentuado quando esta introdução de árvores ocorre em um bioma em que “árvore” só existe em mata de galeria (mata ciliar ao longo de rios e sangas). Durante um seminário realizado em Alegrete/RS, na Semana do Meio Ambiente em 2006, em diversas oportunidades o diretor da Stora Enso (empresa de celulose), que estava presente ao evento, foi questionado se era o modelo agrosilvopastoril que a empresa desejava instalar nas propriedades que pretendia adquirir e ele foi franco ao admitir que para sua empresa este sistema não seria viável economicamente. Devido a essa estratégia, existe um conflito entre a pecuária e a silvicultura. A participação da pecuária gaúcha no Brasil vem caindo comparado com os anos 1998 a 2000. Naquele triênio, era de 8,2% do total e baixou para 7,7% na média 2001 a 2003, chegando, no período 2004 a 2006, a 6,9% do total nacional. Combater um incêndio em área florestal é sempre mais complicado do que em uma área de campo. Mesmo países com mais estrutura logística que o Brasil (como Canadá e EUA) são palco de grandes incêndios florestais, com sérias conseqüências econômicas, como destruição de casas, lavouras e de sistemas de transmissão de eletricidade e telefonia. Quando o estado anunciou a formulação de um Zoneamento Ambiental para a Silvicultura (ZAS) e que este zoneamento seria financiado pela Associação Gaúcha de Empresas Florestais, houve uma apreensão generalizada. A maioria das pessoas, inclusive alguns técnicos, que desqualificaram o Zoneamento elaborado pela Fepam e pela FZB sequer o leram. O antigo zoneamento partiu do princípio de precaução: nas áreas em que os técnicos ficaram em dúvida por não disporem de dados suficientes para um parecer com segurança técnica de que não ocorreria a implosão do ecossistema, eles indicaram que não deveria haver o plantio, permitindo que haja tempo para que outros estudos sejam realizados nestas áreas e seja feita nova análise. Teríamos certa segurança de estarmos protegendo o que resta do bioma pampa se as licenças ambientais respeitassem a versão original do ZAS, evitassem a instalação de empreendimentos nos remanescentes de campo nativo indicados no Mapa de Vegetação do Pampa (MMA e UFRGS, 2007) e evitassem a instalação de empreendimentos nas áreas indicadas pelo Mapa de Áreas Prioritárias (Portaria MMA nº 09/2007) como de Importância Biológica “Muito Alta” ou “Extremamente Alta” e como de Prioridade de Ação “Muito Alta” ou “Extremamente Alta”. Nas 12 Unidades de Paisagem Natural (UPN) com baixo grau de restrição não haveria maiores problemas para o seu plantio, desde que adotadas as precauções mínimas que o antigo ZAS determinava. O mesmo poderia ocorrer nas 15 UPNs com médio grau de restrição, onde as precauções serão maiores. Por que então insistir em ocupar parte das 18 UPNs com alto grau de restrição no novo ZAS? Acontece que a maioria das espécies mais vulneráveis não ocorre em todo o pampa, mas ocupa uma região muito restrita de campos. Outro dado importante é que 15% das 250 espécies ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul habitam somente campos, sendo seis mamíferos, 25 aves, um réptil, três anfíbios e três espécies de abelhas. Estão incluídos nesta lista o veado-campeiro, o gato-palheiro e águia-cinzenta, entre outros. Nacionalmente discutimos tanto o código florestal enquanto temos regionalmente o nosso próprio problema para resolvermos. Não somos contra o plantio de eucalipto. Sabemos que papel se faz com tronco de eucalipto e nós consumimos papel como todo mundo. Não somos tão retrógrados. A mídia eletrônica não substituiu e não substituirá o papel. O primeiro zoneamento era ambientalmente melhor, mas o segundo zoneamento, que foi o zoneamento do acordo, continuava permitindo até 5.000 hectares, dependendo da zona, o que é bem razoável. Na África do Sul, as empresas responsáveis precisam investir volumes de dinheiro da ordem de centenas de milhões de dólares na recuperação do ambiente que degradaram, pois esgotaram fontes de água importantes para a população e eliminaram o habitat de espécies de animais endêmicos e ameaçados.
Segundo Glayson Ariel Benke, biólogo e pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, o ecoturismo e o turismo cultural, explorando a paisagem dos nossos campos, as nossas tradições gaúchas e a rica história de batalhas e conquistas que envolvem o pampa é um prato cheio a ser explorado por algumas regiões.
*Compilação de entrevistas com Heindrich Hasenack, Eridiane Lopes da Silva, Antonio Eduardo Lanna e Glayson Ariel Bencke pelo Instituto Humanitas UNISINOS:
Por Dr. Eduardo Antunes Dias*
Médico Veterinário, mestre e doutor em Reprodução Animal pela FMVZ – USP
Sob o ponto de vista econômico e sustentável, existe uma enorme oportunidade representada pela produção de carne de gado bovino certificada, em campos naturais com grande diversidade, sem necessidade de suplementação alimentar, o que lhe confere um sabor especial, sem igual. Segundo Antonio Eduardo Lanna, engenheiro civil, pecuarista no município de Lavras do Sul e sócio da Apropamapa, é a melhor carne do mundo, que o mercado sofisticado dos países mais desenvolvidos deseja consumir e pagar por isto. Bem manejado, e com melhorias no campo nativo representadas pela correção de acidez, adubação e plantio de espécies hibernais, pode-se atingir produções de 1000 kg por ano de carne de qualidade extraordinária em cada hectare, de acordo com pesquisas realizadas pelo Departamento de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia da UFRGS. Com a carne valendo atualmente mais de R$ 2,20 o quilo, isto representa mais de R$ 2.200,00 de receita bruta por hectare em cada ano, bem mais do que em qualquer outra atividade nesse bioma incluindo a agricultura e a silvicultura. E, o que é também importante, é possível conciliar a pecuária de corte com a proteção ambiental do Pampa, mantendo e ampliando os serviços ambientais que presta. Já nos outros casos, isso não ocorre, muito pelo contrário. O interesse das papeleiras pelo Pampa é particularmente mais grave devido ao fato de que as áreas de recarga do aqüífero são, via de regra, áreas com solo arenoso que apresentam poucas alternativas de uso além da pecuária e silvicultura e, por isto, tem menor valor de mercado. São essas as áreas preferidas pela silvicultura, já que o pecuarista ainda não se deu conta do potencial de uso do campo nativo e, por isto, o mercado não valorizou como deveria as áreas destinadas à pecuária. A Apropampa (www.carnedopampa.com.br) visa à promoção do desenvolvimento sustentável do Pampa, na região por ela demarcada, por meio da atividade que melhor concilia o crescimento econômico com a proteção ambiental que é a bovinocultura de corte. Infelizmente, as grandes organizações da cadeia de celulose descobriram essa região excepcional, que, além de grande produtividade na cultura de eucalipto, tem a favor delas o relativamente baixo custo das terras, devido à pecuária pouco tecnificada, que é nelas praticada. No entanto, a qualidade da carne que aqui se produz é conhecida mundialmente. Falar de carne argentina ou uruguaia é atestar essa qualidade. E a carne que produzimos no Pampa gaúcho em geral, e a carne produzida na Apropampa, em especial, em nada difere da carne dos nossos vizinhos.
Para Iridiane Lopes da Silva, engenheira agrônoma e analista ambiental do IBAMA, é muito diferente integrar a produção de pecuária+agricultura+silvicultura em uma propriedade e, converter grandes áreas em monoculturas de árvores. Na primeira situação, é possível manter boa parte da biodiversidade local, enquanto no sistema de produção “monocultura” você produz uma perda drástica desta biodiversidade local. Isto é ainda mais acentuado quando esta introdução de árvores ocorre em um bioma em que “árvore” só existe em mata de galeria (mata ciliar ao longo de rios e sangas). Durante um seminário realizado em Alegrete/RS, na Semana do Meio Ambiente em 2006, em diversas oportunidades o diretor da Stora Enso (empresa de celulose), que estava presente ao evento, foi questionado se era o modelo agrosilvopastoril que a empresa desejava instalar nas propriedades que pretendia adquirir e ele foi franco ao admitir que para sua empresa este sistema não seria viável economicamente. Devido a essa estratégia, existe um conflito entre a pecuária e a silvicultura. A participação da pecuária gaúcha no Brasil vem caindo comparado com os anos 1998 a 2000. Naquele triênio, era de 8,2% do total e baixou para 7,7% na média 2001 a 2003, chegando, no período 2004 a 2006, a 6,9% do total nacional. Combater um incêndio em área florestal é sempre mais complicado do que em uma área de campo. Mesmo países com mais estrutura logística que o Brasil (como Canadá e EUA) são palco de grandes incêndios florestais, com sérias conseqüências econômicas, como destruição de casas, lavouras e de sistemas de transmissão de eletricidade e telefonia. Quando o estado anunciou a formulação de um Zoneamento Ambiental para a Silvicultura (ZAS) e que este zoneamento seria financiado pela Associação Gaúcha de Empresas Florestais, houve uma apreensão generalizada. A maioria das pessoas, inclusive alguns técnicos, que desqualificaram o Zoneamento elaborado pela Fepam e pela FZB sequer o leram. O antigo zoneamento partiu do princípio de precaução: nas áreas em que os técnicos ficaram em dúvida por não disporem de dados suficientes para um parecer com segurança técnica de que não ocorreria a implosão do ecossistema, eles indicaram que não deveria haver o plantio, permitindo que haja tempo para que outros estudos sejam realizados nestas áreas e seja feita nova análise. Teríamos certa segurança de estarmos protegendo o que resta do bioma pampa se as licenças ambientais respeitassem a versão original do ZAS, evitassem a instalação de empreendimentos nos remanescentes de campo nativo indicados no Mapa de Vegetação do Pampa (MMA e UFRGS, 2007) e evitassem a instalação de empreendimentos nas áreas indicadas pelo Mapa de Áreas Prioritárias (Portaria MMA nº 09/2007) como de Importância Biológica “Muito Alta” ou “Extremamente Alta” e como de Prioridade de Ação “Muito Alta” ou “Extremamente Alta”. Nas 12 Unidades de Paisagem Natural (UPN) com baixo grau de restrição não haveria maiores problemas para o seu plantio, desde que adotadas as precauções mínimas que o antigo ZAS determinava. O mesmo poderia ocorrer nas 15 UPNs com médio grau de restrição, onde as precauções serão maiores. Por que então insistir em ocupar parte das 18 UPNs com alto grau de restrição no novo ZAS? Acontece que a maioria das espécies mais vulneráveis não ocorre em todo o pampa, mas ocupa uma região muito restrita de campos. Outro dado importante é que 15% das 250 espécies ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul habitam somente campos, sendo seis mamíferos, 25 aves, um réptil, três anfíbios e três espécies de abelhas. Estão incluídos nesta lista o veado-campeiro, o gato-palheiro e águia-cinzenta, entre outros. Nacionalmente discutimos tanto o código florestal enquanto temos regionalmente o nosso próprio problema para resolvermos. Não somos contra o plantio de eucalipto. Sabemos que papel se faz com tronco de eucalipto e nós consumimos papel como todo mundo. Não somos tão retrógrados. A mídia eletrônica não substituiu e não substituirá o papel. O primeiro zoneamento era ambientalmente melhor, mas o segundo zoneamento, que foi o zoneamento do acordo, continuava permitindo até 5.000 hectares, dependendo da zona, o que é bem razoável. Na África do Sul, as empresas responsáveis precisam investir volumes de dinheiro da ordem de centenas de milhões de dólares na recuperação do ambiente que degradaram, pois esgotaram fontes de água importantes para a população e eliminaram o habitat de espécies de animais endêmicos e ameaçados.
Segundo Glayson Ariel Benke, biólogo e pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, o ecoturismo e o turismo cultural, explorando a paisagem dos nossos campos, as nossas tradições gaúchas e a rica história de batalhas e conquistas que envolvem o pampa é um prato cheio a ser explorado por algumas regiões.
*Compilação de entrevistas com Heindrich Hasenack, Eridiane Lopes da Silva, Antonio Eduardo Lanna e Glayson Ariel Bencke pelo Instituto Humanitas UNISINOS:
Por Dr. Eduardo Antunes Dias*
Médico Veterinário, mestre e doutor em Reprodução Animal pela FMVZ – USP
PV de Gravataí pede cassação da prefeita
Segundo o presidente do PV, Marcos Monteiro,
a prefeita teria cometido crimes de prevaricação e
improbidade administrativa. Acompanhado do secretário
adjunto da assessoria jurídica do PV, Rafael Alvim,
e do secretário municipal de assuntos jurídicos do
partido, Cláudio Ávila, Monteiro entregou ao presidente
da Câmara, Nadir Rocha (PMDB), farta documentação
que embasa o pedido. Nos documentos estão
descritos como a prefeita e seu vice patrocinaram atos
ilícitos que envolvem desde a manutenção do procurador
jurídico do Município, Ataídes Lemos da Costa
– suposto advogado da família e sócio da filha de Rita
– até negociações ilegais e inconstitucionais para pagamento
de dívidas do Município, que teriam lesado os cofres públicos.
– As denúncias serão analisadas pela Casa e será
dado andamento de acordo com o que determina a legislação
– assegurou Nadir ao acolher o pedido e receber a documentação.
Para ter aprovado o pedido de cassação da prefeita Rita Sanco e o afastamento
de seu vice, o PV precisa de sete votos. Teoricamente votariam com Ricardo Canabarro
(PV), os vereadores Nadir Rocha, Acimar Silva e Levi Melo (PMDB); Anabel
Lorenzi (PSB), Bernardo Nunes (DEM), Marcio Souza (PT), Cau Dias (sem partido)
e Vail Correa (PTB). Ao todo são nove, mesmo número de votos necessários para cassar o mandato da
prefeita. Aprovado o pedido, o processo é aberto e Rita e Cristiano têm 90 dias para
providenciar sua defesa – a contar da data de entrada do pedido de cassação na Câmara, ou seja, ontem.
E os ventos ruins sobre a administração municipal não param de soprar. O governo Rita Sanco deve
ser alvo ainda de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para averiguar
supostas irregularidades na licitação para contratação de empresa para instalar e fazer a manutenção de
controladores de velocidade. É bom lembrar que essa licitação foi suspensa pela prefeita
depois da divulgação do escândalo dos contratos nesta área divulgados pelo programa Fantástico, da
Rede Globo.
– O Partido Verde de Gravataí e sua bancada parlamentar cumpriram e cumprirão o seu papel com
a sociedade na construção de um modelo de gestão ética, transparente e sustentável. Esperamos que a
Câmara Municipal cumpra seu papel constitucional e legal de fiscalizador do Poder Executivo Municipal
e guardião do estado de direito e democrático, bem como o Ministério Público na condição de guardião da
lei, do interesse da coletividade e do erário público – disse Monteiro.
FATO n° 01 – A prefeita Rita Sanco prevaricou em nomear o procurador municipal, advogado da família e
sócio
de fato da própria filha, que continuou advogando no
âmbito privado contra o público sem licenciar-se da advocacia,
conforme estatuto da OAB e o Regime Jurídico
Único dos Servidores Públicos de Gravataí.
FATO n° 02 – A prefeita Rita Sanco e o vice-prefeito
Cristiano Kingeski que assinou, no exercício do cargo
de prefeito municipal, o contrato de operação de crédito
junto ao Banrisul, sem autorização do Legislativo, caracterizando
a contratação de operação de crédito irregular,
ilegal e inconstitucional de valores cedidos pela CEEE
sem autorização e verificação dos limites e condições
junto ao Ministério da Fazenda, de forma lesiva ao patrimônio
público que causam prejuízo ao erário e atentam
contra os princípios da administração pública.
Valor 24 milhões de reais.
FATO n° 03 – A prefeita Rita Sanco, ao parcelar dívidas,
que caracterizam despesas correntes junto a Corsan, induziu,
de forma deliberada e irresponsável, o Legislativo
municipal a aprovar a autorização de operação de crédito
de forma irregular, ilegal e inconstitucional e lesiva ao
patrimônio público, causando graves prejuízo ao erário e
atentando contra os princípios da administração pública.
Valor 2,3 milhões de reais.
FATO n° 04 – A prefeita Rita Sanco induziu o Legislativo
a autorizar operação de crédito irregular e ilegal com a
RGE, de forma lesiva ao patrimônio público, que causam
graves prejuízos ao erário e atentam contra os princípios
da administração pública.
Valor 43 milhões de reais.
FATO n° 05 – A prefeita Rita Sanco autorizou operação
de crédito interno, com inobservância de limite, condição
ou montante estabelecido em lei ou em Resolução
do Senado Federal e sem autorização do Ministério da
Fazenda.
FATO n° 06 – A prefeita Rita Sanco e o vice-prefeito
Cristiano Kingeski legislaram e contrataram professores
e especialistas para rede pública de educação, desrespeitando
a lei de contratação por tempo determinado
para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público.
Hilda Zimmermann foi matéria no Jornal Estado de S. Paulo
–ÔJuarez, o que dizes ao ver tua esposa de megafone
na mão fazendo passeata pela Rua da Praia?
Se a pergunta causaria desconforto a ummarido
conservador hoje, imagine-seem 1978, emplena
ditadura militar, na capital deumdos Estados considerados
mais machistas do Brasil, o Rio Grande do
Sul. Mas, contrariando a expectativa do amigo que o
alertava na ocasião, Juarez disse:
– Hilda émãe. Mãe é mulher. E apenas amulher
poderá salvar o ser humano do polo do perigo ao
qual se lançou. Ela tem todo omeu apoio.
A passeata era contraumprojeto habitacional
que colocaria em risco porções preservadas de Mata
Atlântica. Graças ao pioneirismo demulheres
como Hilda Zimmermann, Magda Renner e Giselda
Castro, o então governador Amaral de Sousa teve
de receberum documento com as denúncias e o
assunto chegou à imprensa.
Muito tempo depois,em solenidade no Congresso
Nacional, Hilda, de 88 anos, receberia o Prêmio
“Amigos da Mata Atlântica”, uma entre tantas deferências
a sua trajetória de luta pela causa ambiental
e pelo direito dos povos indígenas.
Ao lado de nomes como José Lutzenberger
e Augusto Carneiro, ela
foiuma das fundadoras da primeiraONGambientalista
brasileira
e daAmérica Latina: a Associação
Gaúcha de Proteção ao
Ambiente Natural (Agapan),
que nasceuem1971.Umtempoemque
preocupações com
agrotóxicos, queimadas e desmatamentos
eram coisa para poucos
abnegados – não raramente considerados
excêntricos.
Hilda teve desde sempre os ensinamentos do pai,
umcomerciante de Santa Rosa (RS), que nos idos
de 1920 dava abrigo aos indígenas que passavam
pela cidade e dizia: “Esta terra é dos índios, nós é
que somos os invasores.” Anos mais tarde, ela fundaria
a Associação Nacional de Apoio ao
Índio (Anaí), da qual foi a primeira presidente.
A veterana gaúcha faz uma analogia entre as
funções delegadas àmulher, de proteção aos
filhos, e o ecoativismo. “A mulher está identificada
com o ser vivo, o feminino ‘Gaia’, o Planeta Terra”,
observa a precursora ativista ambiental.
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